terça-feira, 23 de junho de 2009

Outsider

Eu não sigo padrões, eu não tenho rótulos, eu não "faço média", não repito comportamentos, não sigo a massa. Afrontando o mundo de uma maneira divergente. Capacidade de observar fatos que os "insiders" não percebem. Capaz de compreender, sistematizar a superestrutura da sociedade e as relações pessoais e sociais; diante desse sistema insatisfatório, cria seu espaço particular e constrói vinculações lógicas incompreensíveis para os insiders. Às vezes esta capacidade não leva ao contentamento. Mesmo utilizando, pois, das artes para dar vazão ao que vê e sente, sabemos que estamos fora do mundo, não pertencemos a ele, nossa vida está irremediavelmente longe do cotidiano das pessoas normais, grande exército de INSIDERS. Solidão quase absoluta (mesmo cercado de amigos), frustração com a vida amorosa e dificuldade para relacionar-se com as regras e estruturas da sociedade (mesmo as mais simples). Eu não vou me adaptar!



Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim... Assim. Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem. Bom é chegar na praia a tardinha, anuncio de pôr do sol, a água de ondas mansinhas, jogar bola na espuma das nuvens. É bom também quando começa a chover, e as gotas fazem cócegas na superfície do mar. Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança da correria do medo. O medo... o medo é bom, ruim é o medo de sentir medo. É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar. E nesse lugar você tem a obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão, traçando um dia perfeito no arco do tempo. Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade. Ruim é não sentir saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade, pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você. Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar. O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim. Bom é amar, ruim é amar, bom é encarar a vida com fantasia. Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar, que tudo pode solucionar. Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim... E pode ser bom falar de bom e ruim, e pode ser pior assim, assim. Bom. :)