domingo, 19 de abril de 2009

Chega de amor bandido, baby.


Ai, que saudade, simplesmente saudade, de amores puros. Eu não quero e nunca quis amores bandidos para sempre, e quem quer? Nem mesmo aquele puto que te liga todas as noites, só para querer esse teu corpo, nem ele quer esse amor bandido, mesmo que seja contraditório em suas atitudes, mas no fundo, bem ali no fundo, sonha por um amor que não seja imundo. Podem até dizer que o Mal do século é a solidão, que isso? Podem até dizer que é uma fase de curtição, que isso? Cansa! Ei, tem alguém aí? Tu realmente gostas disso?

Atire a primeira pedra quem nunca sonhou com aquele amor conquistado só no olhar, nos arrepios só de tocar na pele. Pêlos atiçados com beijos leves em todo o corpo.

Ah! Nem mesmo aquele bando, que parece ser tão livre, tão nem aí para tudo, tão cheios de parceiros, tão amor moderninho. Mas é aí que eles se perdem e se encontram, nessa vontade louca de ter um amor puro, quando a solidão bate na porta aos domingos. Nem vem! Bate sim! Ainda mais quando chove e a rua fica sossegada, batendo um silêncio aterrorizante. De doer nos tímpanos. E o que tu fazes? Pega o celular, ou liga aquele tal de MSN, para conversar ou sair com os amigos. Solidão, baby.

Ah! Que isso? Beija-te numa noite e no dia seguinte beija outra. E na maior cara lavada, volta para a primeira sem pedir licença. É legal, é divertido, é bom para curar paixões abandonadas por aí. Mas são boas essas curtições eternas enquanto durou, afinal, cansa. E deixam as pessoas loucas e frustradas, com olheiras e ainda pisoteadas, abandonando potenciais amores numa gaveta cheia de teias e dores.

Quem numa noite nunca beijou uma boca e quis outra e mais outra? Normal, é natural, é legal, é demasiado humano. Mas é legal parando por ali. Depois você se escondes no banheiro, e gritaQuero uma merda de amor para mim!. Com a maior cara de choro.

Você vai querer os corpos mais lindos, para colecionar naquele álbum, e contar para todas as tuas amigas e amigos as tuas rápidas conquistas. Vai se apaixonar e vai querer justamente aquele que não quer nada contigo, é certeiro, é isso. Vai chorar aqui no meu ombro, e suspirar eu só quero alguém que me entenda. É isso, amor puro, baby.

Ah, quem nunca desejou uma companheira querendo a amiga dela e transar com aquela gostosa ali? Normal. Natural. É demasiado humano, mas você se cansa por ali. Porque é necessidade, é sexo, é suprir desejos do momento, é que nem comprar uma mercadoria que você usa, abusa e depois fica velho, joga fora. Porque só serviu para isso. Apenas use e abuse, baby. Faz bem para a pele, mas a pele envelhece um dia, baby.

Amor é um livro, já dizia Rita Lee. Mas não esse amor bandido… É o amor, puro, amor. Aquele que a gente compra, não pela capa, mas pelo conteúdo. E se entrega para ele numa fantasia em realidades. Esperando as novidades do próximo capítulo.

Atire a primeira pedra quem não quer um amor assim? Não precisa casar, não precisa ainda ter filhos, precisa apenas sonhar, compartilhar pizza e refrigerante no sofá da sala, ou passear naquele lugar tão desejado pelos companheiros.
Ah! Chega de amor bandido, baby! Até a puta um dia cansa, e sempre tem o cliente preferido.